sábado, 10 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo

Sou uma crente acérrima na liberdade de expressão. 



Je suis Charlie 


Aconselho as crónicas do Miguel Esteves Cardoso sobre o assunto:

"Quem será o primeiro idiota entre nós a dizer que a culpa foi dos assassinados da Charlie Hebdo? Tem todo o direito de dizê-lo. É isso a liberdade de expressão. Ser-se estúpido também é um direito. Até os assassinos o têm." Miguel Esteves Cardoso in Público

"O "olho por olho, dente por dente" é um castigo estúpido. Não matar assassinos é um castigo inteligente. Os psicopatas assassinos que invocam o Islão para passarem por pessoas religiosas podem achar que a nossa misericórdia é um sinal de fraqueza." Miguel Esteves Cardoso in Público

"O direito da liberdade religiosa (de seguirmos a religião que quisermos) vem do mesmo princípio que nos deu a liberdade de expressão que o Charlie Hebdo exerceu e exercerá sempre que lhe der na bolha." Miguel Esteves Cardoso in Público

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Os Saldos

Vamos falar de saldos. 
Não se preocupem que não vos vou mostrar "as minhas comprinhas nos saldos" porque disso há aos trambolhões na blogosfera portuguesa (assunto para outro post).

Caí no erro de ir ao centro comercial no primeiro dia de saldos e posso afirmar que foi uma experiência de extrema importância em termos de sociologia da moda/ do consumisto/ do retalho.
Passo a explicar: quilómetros de filas compostas por pessoas carregadas de roupa até mais não. 
Não importa o que se compra, se é de qualidade ou não ou até se o desconto é de 50€ ou 0.50€, desde que a etiqueta tenha um autocolante vermelho leva-se e pronto.

Por partes. Em primeiro lugar, o centro comercial estava ao ponto de ruir com a quantidade de pessoas que se acotovelavam para se espremer dentro das lojas. Cotoveladas, pisadelas, puxões. Vale tudo. 

As filas para os provadores eram intermináveis por isso toca a experimentar a roupa em plena loja (classe!). Mas nada comparadas com as filas para as caixas (porque estas não se podem evitar). 

As lojas foram transformadas na feira de Carcavelos, roupas espalhadas por todo o lado, remexidas, amarrotadas, deixadas ao acaso. Não é possível dar um passo sem pisar um cabide ou um pé alheio.
Por fim, pude comprovar uma teoria que já há muito me atormenta, as pessoas preferem quantidade a qualidade. 

Nesta época do ano, não importa o preço, a redução, a promoção marcadas porque desde que esteja "em saldo" é aceitável comprar a peça. É uma questão de consciência. Durante o resto do ano não se pode comprar porque "estamos em crise!" e "temos de poupar!", mas é nesta altura que todos os problemas financeiros desaparecem, acede-se aos desejos consumistas suprimidos e carrega-se sacos de tralha para casa. 

Tirem as vossas conclusões...



P.s - Como não sou santa nem moralista e também sofro dos males que os saldos nos provocam, amanhã deixarei aqui algumas dicas úteis para esta época de consumo sôfrego.


Viva os saldos!